As vezes buscamos tão longe a felicidade e nem percebemos que ela vive escondidinha, dentro do peito. E então nos deparamos com uma foto dessas, em plena terça-feira, 4 horas da tarde. Você para de escrever e tudo que está fazendo, os pensamentos desaparecem, e a única coisa que você ouve é seu coração batendo.
Não forte, mas sim banhado em saudade... saudade pelos que já se foram ou que passaram pela sua vida e que a mudaram, mesmo que indiretamente, e que talvez você nem saiba, mas muitas das tuas convicções hoje, sejam produto dessa relação.
Saudade da meninez, do tempo em que o tempo não era "Senhor". Do tempo em que o tempo não era nada se não o dia e a noite. Do tempo em que apenas ficar sentado à calçada com seus "amiguinhos" olhando os carros passarem era a diversão do dia.
Do tempo... ah! O tempo!
Do tempo em que seu avô te pegava no colo e brincava de "rema, rema, remador" e vocês riam tanto disso. Do tempo em que ele te olhava fundo nos olhos, e não acreditava que tinha um neto tão lindo. E então você olha mais fundo e esquece de todo stress, raiva e ambição e sente-se no corpo de criança.
Aí começa o filme em tua cabeça: você crescendo, você chegando a adolescência, um mundo novo para você, das namoradas, e começa a ver tudo que você imaginava para você no futuro, e é tudo tão diferente. Os sonhos... ah! Quantos sonhos, quanta imaginação, quanta pureza, quanta liberdade, quanta vida.
Então é quando você se pega na véspera do seu aniversário de 40 anos, no corpo de criança outra vez, e se pergunta... Será? Será que eu fui justo comigo? Será que ele gostaria de ser o que eu sou hoje?
Então você levanta, vai ao banheiro, lava o rosto, se olha no espelho e percebe, aos 40 anos de idade, que você ainda é aquela criança, aprendendo a viver.
(Eduardo Manciolli)
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