Mais uma dessas tantas histórias de amor que se perdem pelo tempo, não existem mais e dão lugar a muitas incertezas...
“Depois da despedida, fiquei pensando quando e onde voltaria a encontrar você. No dia seguinte, na semana que vem, no ano que virá, no fim da estrada, da linha, da vida...? Quando? Onde? Não foi preciso pensar muito para entender que aqueles segundos que antecederam e precederam a despedida seriam eternos, como uma cena congelada para sempre pelo controle remoto da vida. Três, quatro segundos apenas, mas o suficiente para entender quando e onde eu te encontraria.
Veria você em um dia de chuva fina e incessante. Dias que, de tão arrastados, parece que nunca irão terminar, serão para sempre. Te encontraria em alguma noite que tivesse as tantas estrelas que quis te dar junto com uma linda lua cheia. Porque tantos foram os pedidos para que você surgisse de repente e fugisse comigo para bem longe justamente em uma noite dessas.
Veria você no vento. Nem sabe como eu quis que ele trouxesse você até mim naqueles dias em que desconfiei dos outros, tive vergonha da fé e namorei com a solidão! Você aplacaria as minhas dúvidas, tenho certeza. Te encontraria em quaisquer sorrisos que visse pela frente, justamente pelo paradoxo de que nenhum deles iria se parecer com o teu.Veria você quando reencontrasse o mar. Ele me causa fascínio e contemplação, com sua imensidão indecifrável, assim como teus lindos olhos me provocam.
Te encontraria em cada poesia que eu admirasse, porque entenderia que sempre letras e sílabas nos aproximaram.Veria você em todas as lágrimas que ainda teria de derramar pela vida, apesar de eu ter a convicção de que elas não mais virão, que secaram. Todas as que eu guardava foram para você. A maioria, pela imensa felicidade de um dia ter cruzado teu caminho, e poucas, pela tristeza de entender que o destino poderia nos afastar.
Te encontraria sempre que me encarasse no espelho. Meus olhos ali refletidos, cheios de cicatrizes, guardarão para sempre a tua imagem, perfeita, doce, pura. A imagem de um anjo. Depois da derradeira despedida, fiquei pensando quando e onde te encontraria...
Veria você todos os dias, logo após eu acordar e momentos antes de eu dormir. São nesses momentos que eu tenho a maior de todas as certezas, a de que sou a única pessoa que conheço que teve duas vidas: uma antes e outra depois de ter conhecido você.”
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