quarta-feira, 21 de abril de 2010

Desespero

O desespero, o aceite, o deleite,
as quinquilharias, a vidraçaria
e a sinergia.

Sinto dentro de mim um eco,
que entra e sai por todos os meus poros
e perturba meu ser.

Um vazio completo me tomam
e me sinto como uma banheira enorme
numa casa velha: cheia de lembranças e moveis indesejáveis,
amontoados por todos os cantos,
cortinas semi-vestidas e janelas entreabertas.

O puro vazio, um copo,
uma lata na rua, uma garrafa na chuva,
um deus sem credo, uma banheira polida de ópio e desejo,
poeira e solidão, completamente despido.

Às vezes me queixo
às vezes me deito
às vezes me aceito.

Às vezes acordo e gostaria que tudo fosse diferente...




(Eduardo Manciolli)

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