O desespero, o aceite, o deleite, as quinquilharias, a vidraçaria e a sinergia.
Sinto dentro de mim um eco, que entra e sai por todos os meus poros e perturba meu ser.
Um vazio completo me tomam e me sinto como uma banheira enorme numa casa velha: cheia de lembranças e moveis indesejáveis,
amontoados por todos os cantos, cortinas semi-vestidas e janelas entreabertas.
O puro vazio, um copo, uma lata na rua, uma garrafa na chuva, um deus sem credo, uma banheira polida de ópio e desejo, poeira e solidão, completamente despido.
Às vezes me queixo às vezes me deito às vezes me aceito.
Às vezes acordo e gostaria que tudo fosse diferente...
No início dos anos 90, a música mundial sofreria uma 'revolução'. A histeria causada por quatro ou cinco rapazes ou moças bonitos e talentosos fez parte de diversas gerações que viriam a seguir. Da sua avó até os dias de hoje, Beatles, Menudo, New Kids On The Block, Jonas Brothers, Hanson, N'Sync, Backstreet Boys, Spice Girls, The Pussycat Dolls venderam mais do que sua música. Venderam uma ideia, fortificaram a música pop, o consumo das revistas para adolescentes e a loucura entre os fãs.
Há exatos 17 anos, uma caçada por talentos em vários estados americanos juntou cinco destinos. Desde então, Nick Carter, Aj McLean, Howie Dorrough, Brian Littrell e Kevin Richardson abandonaram o esteriótipo que lhes foram impostos e amadureceram diante dos olhos do mundo.
Juntos, os Backstreet Boys fizeram história. Mas para chegarem ao mundo inteiro, o grupo precisou começar longe do influente mercado americano. A Alemanha abraçou o pop dos cinco jovens e o resto é o que está escrito. Os números conquistados desde o lançamento do álbum homônimo em 1996 comprovam que, apesar de terem se transformado em homens, os boys ainda got it goin' on: nove álbums (incluindo em estúdios, greatest hits e acústico), três cds solo, 130 milhões de cópias vendidas, uma das mais agitadas turnês já vistas (100 horas abordo de um avião para visitar cinco continentes), primeiro artista a colocar todos os seus álbums no top 10 americano, músicas no topo das paradas em praticamente todos os países do mundo e um dos clipes mais caros da história – "Larger Than Life".
Apesar das alegrias e da realização do sonho, o sucesso tem um preço. Durante esses 17 anos, os BSB enfrentaram obstáculos que colocaram em prova a perseverança dos membros e o apoio dos fãs. Brian Littrell quase faleceu decorrente de uma doença no coração (o que o levou a, posteriormente, lançar um cd com músicas que ele definiu como pop gospel), AJ McLean foi internado em uma clínica de reabilitação para alcoolicos, um golpe financeiro do ex-empresário lhe arrancou milhões de dólares, Nick Carter assumiu a dependência de drogas, Howie D perdeu sua irmã para o lúpus, Kevin Richardson saiu do grupo para se dedicar aos musicais. Demais? Insuportável? Nada disso foi suficiente para desfocar os rapazes.
Quase duas décadas depois, os rapazes mudaram. Seus fãs mudaram. E, felizmente, a histeria assustadora passou. Quem não se lembra do caos armado quando a turnê Black & Blue passou pelo Brasil? Dos escândalos em hotéis, aeroportos?
Hoje, adultos, casados e pais de família, Nick, Brian, AJ e Howie conseguiram finalmente desfrutar da fama e do espaço conquistados através dos loucos anos. "No final dos anos 90 nosso sucesso era muito grande, talvez grande demais. Era difícil ir a qualquer lugar e ter uma vida normal. Agora, em 2009, é diferente", disse Brian quando desembarcou no Brasil durante a última visita do grupo ao país, em março do ano passado.
Através dos altos e baixos, os BSB puderam não só contar com os amigos, mas principalmente com seus fãs. Talvez esse apoio seja ainda a força que alimenta a carreira do grupo. E essa dedicação foi provada, mais uma vez, neste aniversário de 17 anos. Flashmobs em várias partes do mundo estão sendo apresentados em apoio à boyband.
E o mais bacana: os rapazes sabem responder à altura. Os Backstreet Boys são o grupo que, provavelmente, mantém uma aproximação com os fãs desde uma era onde não existiam computadores em qualquer esquina, MySpace, Facebook e Twitter.
"Enquanto estivermos fazendo música que nos dê orgulho não há motivo para que o grupo acabe. Acredito que vamos continuar juntos por muitos anos ainda", contou Brian.
Nós, fãs, agradecemos. Lembra dos bons tempos de Mtv, quando ela ainda passava clipes? As paradas eram dominadas pelas super-produções dos BSB. Diz aí: quem nunca tentou fazer a coreografia de "Everybody"? Quem nunca cantou "I Want It That Way" ou sofreu ao som de "Incomplete"? Mais do que simplesmente sucesso, os Backstreet Boys deixaram sua marca na história da música e na vida de muitas pessoas...
KEEP THE BACKSTREET PRIDE ALIVE!
Alguns números...
Álbuns: Backstreet Boys - lançado em 6 de maio de 1996 - 11 milhões+ Backstreet Boys (US) - lançado em 21 de agosto de 1997 - 12 milhões+ Backstreet's Back - lançado em30 de agosto de 1997 - 28 milhões+ Millennium -lançado em 18 de maio de 1999 - 40 milhões+ Black & Blue - lançado em 20 de novembro de 2000 - 30 milhões+ Greatest Hits: Chapter One - lançado em 30 de outubro de 2001 - 10 milhões+ Never Gone - lançado em 14 de junho de 2005 - 6 milhões+ Unbreakable - lançado em 30 de outubro de 2007 - 1,7 milhão + This Is Us - lançado em 6 de Outubro de 2009 - 1,4 milhões +
Esses tempos me perguntaram o porque do blog se chamar Super-Homem Ao Avesso. E então podem surgir várias explicações para isso. Quem me conhece sabe da minha mania-obsessão pela história do Super-Homem, o super-herói mais "verdadeiramente humano" das histórias em quadrinhos.
Superman nasceu no fictício planeta Krypton. Conforme foi crescendo, descobriu que tinha habilidades diferentes dos humanos. Quando não está atuando com o tradicional uniforme azul e vemelho, ele vive como Clark Kent, um jornalista-repórter do Planeta Diário meio atrapalhado e extremamente caxias. Em sua face heróica, ele vesta a famosa "sunga" por cima da calça (no início se parecia mais com um shorts), capa (no início era curta, pequena, depois ficou maior, longa) e botas.
Sou fã incondicional da série e tudo ligada à ela. Contudo, o nome do blog surgiu depois de ouvir uma grande canção, composta e interpretada pelo ator/cantor Daniel Del Sarto. Presente no cd "Dessasossego", a música exalta o super-herói que existe dentro de cada um, capaz de lutar pelo improvável quando preciso.
Segue então a música em questão, acompanhada da letra. Ouça, sinta, reflita e entenda o por quê de eu ser assim, um quase super-homem. Talvez ao avesso. Inconstante, esperançoso, sonhador, cheio de planos, vontades e manias.
Visto a capa e toda fé, miro o alvo e vôo no susto Meu destino é o que eu quiser, giro o mapa e modo o curso Cada dia é um novo nó, que eu desato a muito custo Por ser viajante só, água e olho andam juntos
Cada montanha nova que eu quiser cruzar, tem chuva forte e neblina pra enfrentar E a sensação que um novo mundo conquistei desaba incessante Em cada pódio que eu pisei...
Mas visto a capa e toda fé, miro o alvo e engulo o susto Meu destino é o que eu puder, tomo a rédea e ajusto o curso Por ser viajante só, água e olho andam juntos
E a cada passo mais seguro que eu dou a corda bamba dança menos sob os pés A insegurança, o futuro, isso passou E aquela montanha não era assim tão alta Deixa eu ganhar minha verdade, deixa eu ficar à vontade Deixe eu seguir, livre o caminho Deixa eu aprender sozinho Não vem cobrar velocidade, a direção é o que vale
Todo homem tem suas montanhas pra subir E só cada um é que sabe mesmo o quanto custa levantar do chão depois de cair E prosseguir a escalada, muitas vezes tendo desaparecido um tanto da confiança Depois de tanta perda, tanta porta fechada e tanta canela ralada... Mas canto agora pra parte nossa que guarda uma força sagrada Que vem, não se sabe bem de onde, nem como, mas que vem E quando vem... nossa! Não se intimida por nada E faz surgir em nós o super-homem Nós, os super-homens sem capa Os super-anjos do dia dia que vestem uniforme branco ou roupa de palhaço Ou sapatilhas de bailarina, curadores do espirito Quem tem microfone ou pincel nas mãos. ou são artistas de pena, papel e tinta Pessoas-heróis que se esforçam e vencem as tais montanhas E fazem voar pensamentos... Alegram, emocionam, acalmam os tormentos Fazem rir, chorar, curar, fazem crescer Sonhar, sentir, caminhar...
Visto a capa e toda fé Medo, angústia, eu esqueço Visto a capa e toda fé Super-homem ao avesso...
Se olharmos para trás, a história das nossas vidas pode ser escrita por manchetes inesquecíveis e fotografiasque falam. A história de cada um de nós tem cenas marcantes e imagens bonitas, mesmo quando trata de momentos difíceis e de assuntos complexos. E tem trilha sonora, efeitos especiais, personagens, ídolos e comercial preferido...
Aonde você vai estar quando o foguete subir, o muro cair, o sistema ruir e a divisão acabar? Onde você vai estar quando uma estrela surgir e uma outra apagar? Onde você vai estar quando o peito explodir, o coração trasbordar, quando a boca se abrir, sorrir, gritar? Aonde você vai estar quando o povo chorar, quando o hino tocar e a corrida acabar? Aonde você vai estar quando todo mundo pirar, quando um sonho começar, o cabelo crescer, sumir, espetar? Aonde você vai estar? Onde você vai estar quando o Brasil surpreender, quando o planeta se curvar e toda a cidade vibrar?
Aonde você vai estar quando tudo isso acontecer? Aonde você vai estar quando a emoção voltar, como se fosse da primeira vez? Aonde você vai estar?
Reality show responsável pelo maior faturamento da TV Globo na época do verão, o "Big Brother Brasil" gera uma relação "esquizofrênica" entre os participantes do programa e o público da atração.
A afirmação está em "A Televisão na Era Digital" livro do pesquisador, roteirista, diretor e doutor formado pela ECA- USP, Newton Cannito. Em um capítulo da obra, resultado de sua tese, Cannito dedica atenção especial aos formatos de sucesso da televisão, como o seriado "Lost" e o próprio "BBB".
A final do BBB10, exibida no último dia 30, obteve recorde mundial de votação e audiência superior as duas últimas edições. O novo milionário, o gaúcho Marcelo Dourado, obteve 60% de aprovação do público.
* O jogo no reality show e as regras do Big Brother Para entender o programa é importante recuperarmos algumas considerações sobre o jogo: trata-se de um modo de organizar a experiência humana que conta com a participação do público. Este, que era espectador, torna-se interator.
A ideologia de uma narrativa é definida pela escolha de cenas e por uma questão crucial: quem move a história? É um personagem? É uma força social? Qual força move a história e qual se opõe a esse movimento são duas indagações fundamentais para analisar uma narrativa. Em um jogo, porém, quem move o "enredo" linear são os próprios jogadores, o que não significa que ele não tenha autoria nem ideologia. Na verdade, a ideologia de um jogo é definida pelas regras que o criador inventou para gerir o "mundo ficcional". Há ainda narrativas interativas. Histórias que em alguns momentos possibilitam a interferência do público na determinação dos caminhos do drama e em outros são regidas pelo narrador. É um misto entre as duas formas.
Vamos pensar um pouco mais sobre o jogo Big Brother para entender o discurso que essa obra constrói. O jogador tem um objetivo claro: ganhar um milhão de reais - ascender socialmente - e um objetivo mais difuso, mas igualmente importante: tornar-se uma celebridade. Ganha o jogo quem ficar mais tempo na casa. A eliminação é feita semanalmente, num "paredão" com dois ou três jogadores. O público vota para escolher o eliminado. Dentro da casa os participantes jogam para não ir para o paredão. Os participantes do paredão são escolhidos internamente de duas formas: a) o primeiro é indicado pelo líder (um dos jogadores, escolhido por um teste de sorte ou de capacidade básica, muitas vezes física); b) o segundo é indicado em votação direta pelos participantes do jogo.
Essa situação gera uma relação esquizofrênica entre os personagens. Há uma permanente ambiguidade entre fazer amigos e querer eliminar o outro. O jogador precisa fazer amigos, pois não quer ser votado e isso implica estabelecer alianças momentâneas. Por outro lado, ele sabe que só um vai vencer. Ou seja, age segundo a premissa "amigos, amigos, negócios à parte". Os jogos são diversos e mudam a cada edição do programa. Traições são recorrentes. O líder, por exemplo, tem a vantagem de ser imune na semana, mas a desvantagem de ter que indicar alguém abertamente. Quem ele indicar ao paredão se tornará seu inimigo. Tudo isso constrói um simulacro de uma tragédia de Shakespeare.
Os jogadores não podem se tornar Iago (o vilão de Otelo), nem para os companheiros de confinamento, nem para o público. A obra é aberta, está em construção, e o jogo pode virar a qualquer momento. Além disso, o público está lá de juiz, assistindo a tudo. O jogador sabe que se for muito malvado será eliminado pelo público assim que for ao paredão. No Big Brother, o público exerce o papel de sensor moral e goza o duplo prazer de assistir ao cotidiano de personagens de farsa, pequenos - ou até "menores" que ele -, imersos em pequenas disputas, e de se sentir superior a esses "seres rebaixados". Além disso, exerce o papel de deus julgador, eliminando o jogador que extrapolou, que foi longe demais para vencer. O público, que em seu dia a dia profissional vive uma situação parecida com a dos personagens da casa, no programa assume as rédeas: é o juiz moral de uma simulação de sua vida.
O jogador ideal é aquele que consegue manipular o grupo para não ser indicado ao paredão, sem deixar isso evidente para o público. Uma tática mais arriscada é conquistar o público apenas, ir ao paredão várias vezes e vencer na votação popular (como fez Alemão, no BBB7). A esquizofrenia, além de permear as relações internas, permeia também a relação do jogador com o público, o (in)distinto público. Também nesse aspecto, o jogo Big Brother é uma simulação do jogo social do homem contemporâneo. Por um lado, o jogador toma atitudes em prol de seus interesses para vencer. Mas por outro tem de parecer desinteressado. Não importa o que faça, sua imagem tem de se manter intocável.
O jogo dos participantes do Big Brother é também aquele a que cada um de nós está submetido diariamente no mundo do trabalho. Com a flexibilização do trabalho, quase não há emprego fixo, apenas trabalhos informais, onde a cada momento o indivíduo vive uma situação nova. O jogador (tal como o público) quer sucesso, mas está sempre em situação instável, num verdadeiro jogo de regras maldefinidas, cercado de pessoas que mal conhece e podendo ser eliminado a qualquer momento. O jogador deve ser capaz de entender rapidamente os códigos de comportamento do competidor e agir em resposta, articulando politicamente com a pessoa certa. Por isso, a cada Big Brother o público assiste com prazer a uma nova versão desse jogo, a uma nova simulação de sua vida, e aprende novas lições de como agir para "vencer".
Falta um pouco de paciência, então ela vem em excesso e falta um bocado de rapidez. Passa o tempo e a falta daquelas amizades construídas na infância grita, incomoda e traz a nostalgia. Falta o verdadeiro amigo, as tardes sem compromisso, as incansáveis conversas sobre o futuro que, por um lado, acabam se concretizando.
Falta um pouco de entusiasmo perante o que está em nossa frente. Passa o tempo e vem a vontade de mudar de novo. E aí então sobra vontade de fazer diferente. Falta segurança, mas sobra auto-confiança.
Falta a liberdade, sobra a preocupação alheia. Falta um pouco de alegria em alguns momentos, mas sobram os momentos de pura felicidade. Sorrisos sinceros, palavras amigas e... falta aquilo que ficou no passado.
Falta a oportunidade, que sempre se quis e pra sempre se espera. Sobra coisas inúteis que lhe saltam aos olhos e não tem o que se fazer a não ser... esperar.
A falta que faz falta nunca vai se completar. A minha falta não é a sua, mas as nossas faltas movem o mundo, segundo dizem. Até porque, se tivéssemos tudo o que queremos, atrás do que iríamos correr?