terça-feira, 29 de março de 2011

A campanha da campanha


Alguém acreditaria que a Sandy é a garota ideal para fazer publicidade da Cerveja Devassa? Claro que não. Com a sua ficha corrida de garota vestal, comportada, de família tradicional e mensageira do politicamente correto, publicitário nenhum, em sã consciência, indicaria Sandy para ser a musa de uma cerveja que carrega imagem de libertinagem, devassidão e lascívia. Com este conceito a agência posiciona o produto no mercado, e eles sabem o que fazem. Se vamos seguir uma linha de comunicação que transgride, e o nosso público aceita, vamos em frente com tudo. Calvin Klein e Benetton fazem isso há tempos.


Então, por que ela foi escolhida? Não é um contrassenso? É aí que entra a malícia dos comunicadores, a de criar fatos para fazer campanha da campanha. Isto é, promover o disse-que-disse da peça publicitária para gerar mídia espontânea, enfim, facilitar o boca-a-boca. As mídias sociais têm carência e se alimentam destes tipos de assuntos. Carecem de fatos inusitados e inverossímeis para ter o que falar. Se o Mike Tyson não mordesse a orelha do Holyfield ele não seria Mike Tyson. Se o Romário não fosse jogar pelada na praia na hora do expediente ele não seria o Romário. É assim que as coisas no mundo da comunicação de massa funcionam. Não importa o fato, mas sim a versão do fato.

Voltando ao caso Sandy/Devassa, foi justamente a possibilidade da implausibilidade que atraiu a atenção de todos. Ela não combina com a bebida, pois não existe pertinência natural entre a modelo e o produto, uma não tem nada a ver com a outra. E foi este não “acreditar que na vida real as pessoas não agem desse jeito” é que faz a história ficar divertida. Pessoas normais esperam que as modelos apresentadas nas TVs se comportem como elas.

Mas onde está o truque? Escolher a Sandy, pagar um milhão de reais de cachê (valor divulgado) e depois fazer espuma para que as pessoas falassem do assunto, este é o truque. Se o anunciante gastou milhões em cachê, produção e mídia, o que parece um valor alto e ação incongruente para muitos, para a agência e o anunciante foi barato, se comparado com o valor não pago nas dezenas de citações em mídia espontânea. O assunto foi motivo de matérias em jornais de grande circulação, em TVs e rádios de todo o país e mereceu comentários de centenas de colunistas, comentaristas e blogueiros. Todo mundo falou da Sandy, o anjo caído.



Foi inteligente a linha da comercial ao abordar com ironia e bom humor o assunto da menina boazinha que tem o seu lado devasso. Imediatamente surgiram milhares de acessos à internet para verem o filme e no twitter começaram a circular piadinhas do tipo: “A Sandy é tão devassa que agita o Toddynho antes de beber” ou “A Sandy é tão devassa que mata barata com salto agulha e diz ‘hasta la vista, baby’”. Soma-se a isso as proximidades do carnaval que renderam outro tanto de mídia grátis com a presença da cantora no camarote da Devassa. Até ameaçar, via imprensa, que ela não iria assistir ao desfile, ela fez.

A técnica não é nova, já foi utilizada com eficiência, dezena de vezes, pelo Washington Olivetto e por Nizan Guanaes, hábeis criadores de histórias sobre si próprios e para seus anunciantes. Na década de 50 o escritor e publicitário, Hernani Donato, salvou um amigo, empresário da área de distribuição de filmes, de um grande prejuízo. Ele havia alugado um filme “quase pornô” para seus cinemas e não estava tendo a bilheteria esperada. O publicitário não teve duvidas, ligou indignado para a Liga das Senhoras Católicas e reclamou que era uma pouca vergonha deixarem passar um filme daqueles em São Paulo. As defensoras da moral pública foram reclamar nos jornais e os cinemas fizeram bilheterias por várias semanas. Todos queriam ver o filme proibido.


Sandy deve estar rindo do barulho que provocou e da vultosa soma que entrou na sua conta, afinal “Meninas Boazinhas Vão para o Céu, as Más Vão à Luta” – deve ser o seu novo livro de cabeceira.

(Texto original de Eloi Zanetti - Modificado por JZ)

segunda-feira, 28 de março de 2011

#Dia21 - Uma imagem de algo que te faz feliz


Fazer imagens. Me faz feliz.

Viajar!

"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou tv.
Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu.
Para um dia plantar as suas prórpias árvores e dar-lhes valor.
Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto.
Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o seu próprio teto.
Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos e não como é ou como pode ser;
Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos
e simplesmente ir ver."

segunda-feira, 14 de março de 2011

#Dia20 - Alguém que você se vê casando

Casando? MUAHAHAHA!

Eu não me vejo, em hipótese alguma, casando.
Mas, se temos que supor...

SÓ se fosse com ELA:

Kelly Clarkson!