Tem dois momentos da vida que nos fazem tremer de verdade: o primeiro dia na escola e o primeiro dia depois do fim dela. É estranho: você fica anos e anos convivendo com as mesmas pessoas, diariamente, aprendendo matemática, português, geografia, história e, por mais que você deteste tudo isso, vai querer voltar no tempo. Vai por mim. Tudo o que a gente mais quer é poder se livrar logo desse compromisso chato, dos professores e das matérias que não nos agradam. Ah, mas a gente não quer perder o contato com os colegas...
Mas perdemos. E quando, finalmente, a escola termina, chega o vestibular, a faculdade, o primeiro emprego, as oportunidades que se escancaram à sua frente. E aí não tem jeito: medo, saudade, coragem, insegurança, decisões. Tudo é tão novo e tão “surreal” nesses momentos que a gente nem para pra pensar demais; pra não enlouquecer, talvez. Ou porque pensar demais não leva a lugar nenhum.
A roda vai girando e a gente se vê em apuros. Poxa, tá na hora de ser responsável! Tem contas pra pagar! Eu ainda quero tanta coisa... Aí, a roda gira, gira, e você se depara com mais decisões, insegurança, coragem, saudade, medo. A novidade assusta e você, agora mais consciente de tudo, para pra pensar um pouco mais. Mas então esquece, você nunca vai entender mesmo. Até porque, vamos combinar: entender não é pra qualquer um.
Quando a possibilidade de algo novo se aproxima, bate aquele conhecido frio na barriga, iguais anseios e percepções. Mas cara, se liga! Você mudou tanto desde aquele tempo... você não tem mais medo do escuro, não se importa com o que estiverem pensando a seu respeito. Você não acredita mais em Papai Noel, mas ainda continua fã do Super-Homem. Já não ouve mais as mesmas músicas. Opa, mentira, ouve sim. Algumas. Você continua correndo para sua mãe quando a vida te dá um murro na cara, mas já não conta tudo para ela. Para e observa. Nem o seu rosto não é mais igual. É, tantas mudanças.
Vai encarar o destino? Vai estufar o peito, botar o pé direito na frente e voar? Fala aí, com certeza você se lembra daquela mensagem que sempre te instiga? “Não espere que ninguém segure a sua barra...”. É sempre você contra você mesmo, parceiro...